Com alta de casos da covid na China, cidades enfrentam novo lockdown

Na China, a política de tolerância zero à covid-19 segue em vigor, apesar dos avanços na área médica. Após nova alta de casos do coronavírus SARS-CoV-2, cidades do país enfrentam novo lockdown, como Guangzhou, Wuhan, Xining e Pequim.

No dia 27 de outubro, a China registrou, pelo terceiro dia consecutivo, mais de mil novos casos da covid. Segundo a plataforma Our World In Data, no dia 30 de Outubro, mais de 2 mil infecções foram confirmadas. Neste cenário, considerado de alerta para os padrões locais, o país volta a fechar prédios públicos e bloqueia distritos.

Em momento anteriores, a política de tolerância zero já foi alvo de críticas. No entanto, a principal justificativa é o baixo número de mortes relacionadas com a covid em todo o mais. Oficialmente, o país mais populoso do mundo confirma menos de 6 mil mortes pelo vírus.

“Quando há um caso em algum lugar e você se torna um contato próximo, você precisa ficar em quarentena”, afirmam Wen Bihan para agência de notícias Reuters. Anteriormente, o morador de Pequim Bihan já foi isolado duas vezes por ser considerado um contato próximo de casos confirmados da infecção pelo coronavírus.

Em 31 de Outubro, o Disney Resort de Xangai suspendeu as suas operações, cumprindo medidas de prevenção contra a covid-19. Os turistas e visitantes serão testados para a infecção.

Revolta da população

Moradores da cidade de Guangzhou, no sul da China, desafiaram o lockdown instaurado na região por conta de um novo surto de Covid-19.

Imagens que circulam nas redes sociais, mostram manifestantes derrubando barricadas destinadas a confiná-los em suas casas e tomando as ruas.

O protesto teria ocorrido na segunda-feira 14 de novembro, no distrito de Haizhu do centro industrial, que está sob um bloqueio cada vez mais restritivo desde 5 de novembro, como o epicentro do surto da doença.

Não está claro quantas pessoas estavam envolvidas no protesto, ou quanto tempo durou. Postagens relacionadas foram rapidamente apagadas da internet chinesa pelos censores do governo.

De acordo com a rede de notícias americana CNN, a administração de Haizhu informou que a área ainda estava “em grande parte fechada”, no dia 15 de novembro. As autoridades locais não deram mais detalhes sobre as manifestações na região.

O protesto de rua, um evento extremamente raro na China, onde as autoridades mantêm um controle rígido sobre a críticos, parece mais um sinal da crescente raiva e desespero do público pelas rigorosa política de Covid-Zero do governo.

As cenas em Guangzhou, que relataram mais de 5.100 novos casos de Covid ,a grande maioria assintomática, ocorrem quando o esforço implacável de Pequim para conter a propagação do vírus enfrenta questões de sustentabilidade, em meio a novas variantes em rápida disseminação.

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