Tensões diplomáticas entre Peru e México afetam o comércio bilateral

As tensões diplomáticas entre Peru e México estão em destaque, e isso pode ter um impacto significativo no comércio bilateral. O conflito foi intensificado quando o México se recusou a entregar a presidência pro tempore da Aliança do Pacífico ao Peru. Essa disputa vem se arrastando desde dezembro, quando o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, se recusou a reconhecer Dina Boluarte como chefe de Estado. Em resposta, o Congresso peruano declarou AMLO persona non grata.

Juan Carlos Mathews, ministro de Comércio Exterior e Turismo do Peru (Mincetur), expressou preocupação com as intenções de AMLO de cortar relações comerciais, chamando-as de “suicidas”. Ele alertou para possíveis violações de tratados bilaterais e regras da OMC que podem surgir desse conflito.

As tensões entre os dois países têm implicações diretas no comércio. O Peru exportou US$ 845 milhões em mercadorias para o México em 2022, com um crescimento anual de 53%. As principais exportações incluíram frutas, cobre, óleo de palma e zinco. Por sua vez, o México exportou US$ 1,9 bilhão para o Peru, com destaque para cobre, veículos e tecnologia de informática.

No primeiro trimestre de 2023, o comércio bilateral registrou uma contração de 1% em relação ao ano anterior. Enquanto as exportações peruanas para o México cresceram 11%, os envios mexicanos para o Peru diminuíram 8%. Considerando o maior valor agregado e o alto nível de industrialização dos produtos mexicanos, o México pode sofrer um impacto maior do que o Peru, já que a venda desses produtos é mais desafiadora do que a comercialização de matérias-primas.

É importante ressaltar que o Peru corre o risco de perder um destino promissor e em crescimento para suas exportações, com o qual já estabeleceu acordos alfandegários. Essa situação requer atenção e negociações diplomáticas para mitigar os impactos negativos no comércio entre os dois países.