Relação comercial entre Brasil e China

Brasil e China têm uma longa trajetória de colaboração desde o primeiro contato em 1812. Este relacionamento, que se estende por mais de dois séculos, consolidou a China como o principal parceiro comercial do Brasil. No blog da Modal, exploramos a história, a relação comercial e os dados históricos que moldam este importante vínculo.

O que você encontrará neste post:

  • História do Relacionamento
  • Relação Comercial Atual
  • Dados Históricos Relevantes

História do Relacionamento Brasil-China

O primeiro contato registrado entre Brasil e China ocorreu em 1812, quando a rainha Maria I de Portugal no Brasil trouxe trabalhadores chineses para trabalhar em uma plantação de chá próxima ao Rio de Janeiro. No início do século 20, uma nova onda de imigrantes chineses se estabeleceu em São Paulo. Em 2004, o Brasil reconheceu oficialmente a China como uma economia de mercado, embora as mudanças correspondentes ao acordo comercial de 2009 não tenham sido implementadas na íntegra.

Apesar disso, um acordo abrangente foi alcançado, e um relacionamento pessoal positivo se desenvolveu entre os dois presidentes. A realização da segunda cúpula do BRICS no Brasil em 2010 foi um marco, propondo fortalecer a cooperação entre Brasil e China em diversas áreas como política, comércio, energia, mineração, serviços financeiros, agricultura, entre outras.

Relação Comercial Atual

Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. No comércio exterior, a potência asiática desempenha um papel crucial para a balança comercial do Brasil, sendo a maior compradora e investidora direta do país. O contexto da guerra comercial global tem intensificado os laços entre os dois países por meio de encontros e conferências no âmbito do BRICS.

BRICS: Integração e Cooperação

O BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, é um mecanismo de integração que visa fortalecer a influência internacional dos países membros. Este grupo tem sido fundamental para as relações do Brasil com outras economias emergentes. A agenda do BRICS aborda temas internos como cooperação, crescimento econômico e desenvolvimento social, além de questões externas relacionadas ao comércio, meio ambiente, segurança e combate à pobreza.

Entre 2009 e 2018, foram realizadas 10 conferências que promoveram a cooperação em áreas como ciência e tecnologia, comércio, educação, energia, inovação, saúde e segurança transnacional.

Comércio de Commodities

As relações diplomáticas entre Brasil e China têm raízes no século 19, mas ganharam prioridade a partir da década de 1990, refletindo as mudanças econômicas no Brasil. Esse período foi marcado pela expansão da economia global e a criação do MERCOSUL. No Brasil, a política monetária visava vincular o real ao dólar, facilitando as exportações. Contudo, devido à dificuldade em atender à demanda internacional por matérias-primas, a indústria brasileira passou por um processo de desindustrialização, cedendo espaço para a China.

Durante a década seguinte, a demanda internacional impulsionou os preços durante o “boom das commodities”, consolidando o Brasil como um ator importante no comércio internacional. A produção agrícola brasileira, com destaque para soja, laranja e café, tem grande valor no mercado interno. Nesse contexto, a China tornou-se o principal destino das exportações brasileiras, beneficiando-se de um superávit comercial que atingiu US$ 58,7 bilhões em 2019.

Dados Históricos de Comércio

As exportações brasileiras para a China são majoritariamente compostas por insumos básicos, como produtos agrícolas, carne de frango, minerais e petróleo. Entre 2008 e 2018, as relações comerciais entre Brasil e China e as exportações brasileiras para a China cresceram significativamente, com um aumento de 16%. No entanto, em 2019, as exportações para a China caíram 1,6%, totalizando US$ 62 bilhões, com destaque para soja, petróleo bruto e minério de ferro, embora as exportações de soja tenham diminuído.

Atualmente, a China é o maior produtor industrial do mundo, com uma enorme capacidade de exportação devido à alta tecnologia e ao potencial competitivo de seus produtos, atraindo consumidores e parceiros comerciais. Entre 2008 e 2019, as exportações chinesas para o Brasil aumentaram substancialmente, atingindo um pico em 2014 em cerca de US$ 36 bilhões, antes de diminuir para US$ 23 bilhões em 2016.