O Dólar e as Eleições em 2022
Sabemos que a cotação do dólar está diretamente relacionada com a política, visto que o Brasil pratica o regime de câmbio flutuante, desta forma, diversos acontecimentos na política interna refletem rapidamente na queda ou na alta do dólar, que fortalece ou enfraquece a nossa moeda de acordo com a oferta e a demanda por ela.
Este ano é ano de eleições presidenciais e, claramente, um acontecimento desse porte impacta ainda mais a nossa economia, fazendo com que as especulações pré-eleitorais criem um cenário de incerteza para o mercado: qual candidato será melhor para o funcionamento do país? O Brasil precisa de medidas mais liberais ou protecionistas? Um candidato com discurso de abertura econômica está à frente nas pesquisas, e agora? Essas e outras questões são consideradas pelo mercado internacional para decidir se irão investir ou não no país, evitando grandes riscos.
Com todo esse “burburinho” que já está acontecendo, especialistas do mercado financeiro preveem que o dólar alcance R$6 este ano devido ao cenário de dúvidas, mas que após a definição política, possa se estabilizar na faixa dos R$5,50.
Durante o ano passado, o dólar chegou a fechar alguns dias abaixo de R$5, na faixa de R$4,95, mas oscilou no decorrer dos meses entre R$5,20 e R$5,70, atingindo a máxima de R$5,80 no fechamento do dia apenas no mês de março.
Inflação e Selic
Além do cenário político, há outros fatores que influenciam na oscilação da cotação do dólar assim como a cotação do dólar influencia em diversos indicativos da nossa economia. A inflação por exemplo, que é o aumento generalizado dos preços é influenciada, dentre outros fatores, pela cotação do dólar, pois quando o real está desvalorizado, ou seja, o dólar está “caro”, nós pagamos mais caro pelas importações dos mais variados produtos, fazendo com que o preço interno suba. A inflação acumulada dos últimos doze meses gira em torno dos 10%, ou seja, o que você comprava com R$100 em janeiro de 2021, hoje você paga em torno de R$110. No ponto de vista das exportações, o Brasil se beneficiou com a essa alta com os embarques das commodities, vendendo até menos quantidade, mas com preços bem mais altos que em 2020.
Quanto à Selic, que é a taxa básica de juros da nossa economia, ela está hoje em 9,25%, mas em 2020 chegou a 2%, o menor patamar da história, essas oscilações são tentativas de equilibrar a economia do país. Basicamente, o Banco Central eleva a taxa de juros quanto precisa controlar a inflação, esfriando a economia e causando a queda dos preços e teoricamente, a alta da Selic faz com que o dólar “caia”, pois rendimentos dos investimentos no país se tornam mais atrativos, fazendo com que entrem mais recursos no país, esse aumento de dólares no mercado nacional faz com que o seu preço caia pela lei da oferta e da demanda.