Nos primeiros nove meses do ano, o comércio exterior da China continuou em trajetória ascendente, registrando um crescimento robusto de 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, em termos de yuans. O volume total de importações e exportações alcançou 32,33 trilhões de yuans (cerca de 4,57 trilhões de dólares), marcando um novo recorde e demonstrando a estabilidade do comércio exterior chinês, conforme dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas (AGA) no dia 15 de outubro.

As exportações cresceram 6,2% em relação ao ano anterior, somando 18,62 trilhões de yuans, enquanto as importações subiram 4,1%, totalizando 13,71 trilhões de yuans. A estrutura de produtos de exportação continua evoluindo, com destaque para a categoria de bens mecânicos e elétricos, que representaram quase 60% das exportações chinesas no período, segundo Wang Lingjun, vice-diretor da AGA. Dentro desta categoria, setores de alta tecnologia, como circuitos integrados, automóveis e acessórios, tiveram crescimento notável, com taxas de 22%, 22,5% e 15,5%, respectivamente.

Apesar de enfrentar um cenário internacional e doméstico desafiador, o comércio exterior da China tem sido impulsionado pela forte demanda interna e pela oferta robusta. Este é o primeiro ano em que o volume total de importações e exportações supera a marca de 10 trilhões de yuans por três trimestres consecutivos. Empresas privadas desempenharam um papel crucial nesse cenário, respondendo por 93,8% do crescimento do comércio exterior, com um volume de negócios de 17,78 trilhões de yuans, um aumento de 9,4%.

Outro fator relevante foi o crescimento das importações de commodities a granel, impulsionado pela demanda industrial e pelo consumo interno. Entre as mercadorias importadas, destacam-se os produtos energéticos, como petróleo, gás natural e carvão, que juntos totalizaram 901 milhões de toneladas, um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior. As importações de bens de consumo também ultrapassaram a marca de 1,3 trilhões de yuans, demonstrando a força do mercado interno chinês.

No cenário internacional, a China tem mantido uma estratégia de diversificação de mercados. A Iniciativa Cinturão e Rota foi um destaque, com o comércio entre a China e os países participantes crescendo 6,3%, totalizando 15,21 trilhões de yuans e representando 47,1% do comércio chinês total. Além disso, o comércio com membros do BRICS, ASEAN e a Parceria Econômica Abrangente Regional (RCEP) também registrou crescimento.

Wang Lingjun enfatizou que os fundamentos econômicos sólidos da China, seu vasto mercado e a resiliência econômica permanecem fortes. Com a continuidade das políticas vigentes e a introdução de novas medidas, o país se prepara para sustentar o crescimento do comércio exterior no quarto trimestre, aproveitando as oportunidades do cenário global e fortalecendo ainda mais a sua economia.