Profissionais buscam equilíbrio entre trabalho e vida pessoal

Por muitos anos, o trabalho foi visto como a parte central e mais importante da vida. A dedicação ininterrupta era glorificada, e mantras corporativos como “trabalhe enquanto eles dormem” eram vistos como uma receita para o sucesso. Com a chegada de uma nova geração e o advento da tecnologia, essa situação começa a ganhar novos contornos e a mudar as práticas de gestão de pessoas, especialmente em empresas que lidaram com a pandemia do COVID-19. Embora a emergência sanitária tenha gerado uma grande crise econômica e incerteza sobre o futuro, ela deu aos profissionais a oportunidade de refletir mais sobre seu propósito de vida e o papel do trabalho em suas jornadas. Pessoas e empresas estão desacelerando e buscando estilos de vida mais simples, com mais qualidade e equilíbrio.

Mudança de Valores no Ambiente de Trabalho

Os valores estão mudando, e a maioria das pessoas não quer mais apenas trabalhar e crescer na hierarquia tradicional, focando exclusivamente em ganhar mais dinheiro. O foco atual está na flexibilidade, desenvolvimento pessoal e propósito.

Segundo Anderson Sant’Anna, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV), “antes, a identidade de alguém era o sobrenome da empresa. Hoje, o trabalho perdeu essa centralidade e as pessoas querem mais do que isso; querem viver outras experiências.”

Expectativas dos Profissionais Modernos

De acordo com um estudo do LinkedIn, as empresas precisarão se adaptar e reformular suas culturas para atender às expectativas dos profissionais que buscam um tratamento mais humano. As preferências apontadas são:

  • Oportunidades de desenvolvimento profissional (59%)
  • Flexibilidade (48%)
  • Saúde mental e bem-estar (42%)
  • Treinamento de gestores para liderança de equipes remotas e híbridas (35%)
  • Diversidade e inclusão (26%)

Benefícios da Flexibilidade no Trabalho

A pesquisa também revela que os funcionários de empresas que oferecem horários e locais flexíveis têm quase 2,5 vezes mais chances de estarem satisfeitos e cerca de 2 vezes mais chances de recomendar a empresa a outras pessoas.

Para Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para América Latina, a ascensão dos millennials e da geração Z na força de trabalho, aliada às mudanças provocadas pela pandemia e a aceleração da automação, são os principais precursores da redefinição das culturas das companhias. Ele afirma: “A nova geração de trabalhadores não aceita mais moldes engessados, e as empresas já reconhecem que manter os funcionários dentro do escritório 8 horas por dia não é vantajoso, nem produtivo.”

Foco no Bem-Estar dos Colaboradores

O bem-estar dos colaboradores segue no topo das prioridades ao redor do mundo, com muitas empresas adaptando suas políticas e repensando suas culturas corporativas com foco na saúde mental e física dos funcionários.