A preocupação mais evidente das empresas em suas atividades diárias está relacionada à questão dos custos. A redução de custos é uma questão recorrente em diversas reuniões e discussões, independentemente da área ou assunto abordado.

No comércio internacional, nem todas as empresas sabem como proceder e se organizar para garantir uma operação bem-sucedida, segura, ágil e com um bom custo final em todas as etapas da cadeia logística.

Uma dica importante é contar com profissionais especializados em suas áreas de atuação, mas que também sejam generalistas. É fundamental entender que, para uma operação ser bem-sucedida em todas as etapas da logística no comércio exterior e ainda proporcionar um custo reduzido, é necessário compreender que cada etapa está diretamente relacionada à próxima e que seus custos também estão interligados.

A dica número um é escolher com cuidado os Incoterms para a transação. Em geral, deve-se evitar os CIF, CIP, CFR e CPT, optando em vez disso pelos FOB, FCA ou EXW. Isso porque o importador precisa ter controle operacional e de custos da logística internacional, algo possível apenas com esses últimos termos. Infelizmente, muitos importadores são atraídos pelos baixos custos de frete internacional oferecidos pelos Incoterms do grupo C e acabam ficando reféns de altas diárias por atraso na devolução do container e taxas elevadas no destino, sem falar nas armazenagens para cargas LCLs, que muitas vezes não permitem negociação e podem ser muito mais caras do que o esperado.

A segunda dica é contratar uma empresa que ofereça logística door-to-door, responsável por todas as etapas da operação, desde a compra internacional até a entrega da carga.

No que diz respeito aos custos dos fretes internacionais, tanto para as operações aéreas quanto marítimas, é importante destacar que o mercado é dinâmico, volátil e suscetível a fatores externos. Um exemplo notável dessa variação foi observado antes e depois da pandemia. Durante a crise logística internacional, os fretes internacionais para cargas FCL na rota China-Brasil chegaram a ser negociados por valores próximos a US$ 15 mil. Atualmente, no início de 2023, com uma menor demanda, essa mesma rota oferece opções por cerca de US$ 1 mil. O mesmo se aplica a cargas LCL e aéreas.

A terceira dica importante é contar com um parceiro logístico que possa ajudar sua empresa a buscar as melhores condições de mercado em termos de contratação de fretes internacionais, escolha de Incoterms, negociação com terminais portuários e outras questões que somente uma empresa comprometida com a sua empresa seria capaz de oferecer.

Embora pareça simples, a quarta dica pode ser desafiadora nas condições atuais do nosso país e no dinamismo exigido pelo mercado. Nem sempre é possível garantir uma etapa de planejamento para as importações. No entanto, é importante destacar que as empresas que conseguem antecipar seus pedidos de importação e possuem maior flexibilidade em relação ao tempo de chegada da carga têm maior poder de negociação em relação às tarifas de frete internacional.

A quinta recomendação diz respeito à classificação fiscal da mercadoria importada. É crucial escolher a NCM correta, pois uma escolha equivocada pode resultar em prejuízos e atrasos na liberação. Por outro lado, a classificação fiscal correta pode garantir o bom andamento da operação. Ao escolher a NCM, é importante verificar o tratamento administrativo e a necessidade de emissão de Licença de Importação. É fundamental estudar questões relacionadas a antidumping para evitar multas e considerar os custos associados a essa medida.

A escolha adequada da NCM também pode trazer benefícios à operação, como a possibilidade de aplicar um Ex-Tarifário para reduzir a carga tributária. É crucial analisar os convênios do ICMS para redução na base de cálculo ou na alíquota vigente.

A sexta dica pode parecer complexa, mas a aplicação de regimes aduaneiros especiais pode resultar em números finais incríveis em operações de comércio exterior. Regimes como Drawback, Back to Back, Entrepostagem Aduaneira e Admissão Temporária podem trazer vantagens significativas.

O regime Drawback permite a suspensão, isenção ou restituição de tributos em importações de insumos e produtos intermediários destinados à exportação.

Na operação Back to Back, uma etapa é eliminada na venda internacional, reduzindo o tempo de entrega e a carga tributária.

No entreposto aduaneiro, a carga é armazenada em uma zona secundária, conhecida como Porto Seco, permitindo a parcialização dos lotes para desembaraço aduaneiro fracionado com pagamento parcial de tributos.

Por fim, a admissão temporária possibilita a permanência de bens importados por um prazo determinado, com tributação suspensa ou proporcional ao tempo de permanência.

A última dica consiste em confiar no prestador de serviços escolhido. Uma relação saudável e confiável com a empresa responsável por conduzir suas operações de comércio exterior é essencial para uma rotina mais leve e tranquila. Sabemos que o comércio exterior pode ser estressante, mas quando conduzido com transparência, confiabilidade e segurança, torna-se muito mais agradável e, acima de tudo, mais simples de lidar.

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